Com a crise econômica, milhares de trabalhadores têm perdido seus empregos desde 2015. Mas mesmo em um momento tão tenso para o mercado de trabalho, alguns setores estão aquecidos e continuam abrindo espaço, principalmente, para profissionais qualificados.
De acordo com especialistas, as atividades relacionadas às áreas de tecnologia, vendas, marketing, saúde e finanças são as que mais oferecem bons salários e chances de desenvolvimento nesta época de recessão.
A coordenadora de Recrutamento e Seleção da Rhopen, Ludmila Ribeiro, aponta as opções de cargos em alta. Entre eles estão as funções de programadores ou desenvolvedores de sistema, analista de planejamento e gestão financeira, analista de crédito e cobrança e analista de marketing. O motivo, na visão de profissionais de RH, é que esses trabalhadores são essenciais para as empresas alcançarem resultados positivos.
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“Profissionais bilíngues, inclusive, estão em falta no momento. Muitas empresas estão investindo no desenvolvimento comportamental e técnico de colaboradores que têm inglês fluente devido à escassez de profissionais. Um exemplo de carreira promissora é o de vendedor internacional de granito”, disse.
Só para ter ideia, esse profissional tem salário inicial que varia de R$ 3 mil a R$ 4,5 mil. Mas se considerarmos o tempo de carreira, a carteira de clientes e a política de comissionamento da empresa, a remuneração pode subir para R$ 12 mil ou mesmo para R$ 25 mil por mês.
Renato Ferreira Pires, de 30 anos, trabalhava no setor de importação de vinhos quando decidiu que queria mais de sua carreira. Foi quando resolveu fazer um curso de vendedor internacional de granito. “Buscava uma realização que não via na área que atuava. Fiz várias pesquisas e percebi que havia carência de pessoal qualificado. Com o inglês fluente, resolvi mudar do vinho para o granito”, comentou.
O jovem conta que cresceu vendo carretas carregadas de granito em Barra de São Francisco. “Decidi fazer um upgrade na minha carreira. A área de venda de granito é muito promissora. A minha expectativa é aprender mais para poder sair mundo afora para vender”, disse.
Já para a psicóloga Maria Rita Sales Régis, entre os destaques estão as carreiras ligadas ao segmento da Informação, visto que a ampliação do mercado virtual e todas as suas perspectivas. Neste caso, as demandas são por profissionais como analista/técnico de suporte, desenvolvedor e programador.
A diretora da Center RH, Eliana Machado, avalia que, para todos os mercados, as empresas buscam profissionais que tenham características alinhadas aos seus perfis de atuação. “Isso vai contar mais do que experiência e formação. Os valores destas pessoas são muito importantes, bem como o relacionamento interpessoal, ética, espiritualidade, entre outros”, afirma.
“O mercado hoje espera flexibilidade e dinamismo”
“O mercado hoje espera que os profissionais tenham características como flexibilidade, dinamismo e que saibam trabalhar em equipe. É muito importante ter a empregabilidade em alta e, para isso, o network é fundamental. Só para se ter uma ideia, quem trabalha no setor financeiro precisa ser múltiplo, ou seja, mais generalista. Um outro setor em alta é o comercial. Neste caso, com a queda nas vendas, os bons profissionais continuam sendo bem procurados. Já a área contábil não pode faltar em lugar nenhum. E por incrível que pareça, a carreira de contador não foi abalada. No segmento da saúde, o setor até cresceu, com a ampliação de laboratórios e hospitais. Até porque ninguém deixa de vacinar o filho ou fazer exames. Em alta, as carreiras de enfermeiro e técnico de enfermagem. Tecnologia é outra área com grande demanda e estabilidade.”
Inglês é essencial para se destacar, diz especialista
A coach Daniela Morais destaca que o inglês está caminhando para ser essencial para um profissional, como é o caso hoje de ter formação de nível superior. Ela conta que uma pessoa deixou de ter uma recolocação em uma multinacional porque não tinha conhecimento nessa língua. “O salário era de R$ 7 mil e esse profissional foi eliminado do processo seletivo por causa dessa falta de qualificação”, afirmou.
Outra dica da especialista é fazer cursos por conta própria. “Muitas vezes a pessoa se acomoda e espera que a empresa faça as coisas por ela. O trabalhador que precisa buscar seu autoconhecimento para sobreviver o cenário de tanta pressão”, disse.
A especialista em carreiras, Gisélia Curry, avalia que mesmo em tempos de crise, o mercado de trabalho sempre demanda contratações de cargos que são considerados necessários ou estratégicos para as organizações. As macro áreas como RH, Financeiro/contábil e Comercial são as que mais movimentam os processos organizacionais.
“Por conta desse posicionamento, essas áreas são também as que mais contratam, não apenas pelo aumento de postos de trabalho, mas também pela rotatividade da mão de obra desses setores”, disse.
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